São Paulo – No último sábado, 7 de setembro, diversas cidades brasileiras foram palco de manifestações que marcaram os 30 anos do Grito dos Excluídos e Excluídas. O movimento social, que nasceu para dar voz às populações marginalizadas, traz este ano o lema “Todas as formas de vida importam, mas quem se importa?”. A mensagem é um apelo contundente por um Brasil mais igualitário e cidadão. Em São Paulo, a Praça da Sé foi o ponto de encontro para reivindicações que clamam por moradia digna, saúde pública de qualidade, além de denunciar a violência policial, o racismo estrutural e as desigualdades econômicas enfrentadas pela população.
Esse cenário de mobilização também contou com a participação ativa dos alunos de teologia do Instituto São Paulo de Estudos Superiores (ITESP). Presentes nas manifestações, eles se uniram às vozes que exigem justiça social e respeito à dignidade humana. A participação dos estudantes reflete o comprometimento da Igreja com as causas sociais e o pedido do Papa Francisco para que o diálogo com os movimentos populares seja intensificado. O papa reconhece a importância dessas iniciativas, chamando os movimentos populares de “poetas sociais” — aqueles que, mesmo sem necessariamente seguirem uma espiritualidade religiosa, contribuem significativamente para o bem comum.
A presença dos alunos do ITESP no Grito dos Excluídos não foi apenas um ato de solidariedade, mas um gesto de profunda conexão com o ensinamento social da Igreja, que vê na justiça e no cuidado com os mais vulneráveis uma expressão concreta da fé cristã. A teologia, aqui, deixa de ser apenas um estudo teórico e ganha vida nas ruas, junto ao povo, enfrentando as mesmas lutas e buscando a mesma dignidade.
Ao participarem de ações como essa, os estudantes não apenas fortalecem sua formação acadêmica, mas também vivenciam a prática pastoral em meio às realidades mais duras da sociedade. Movimentos como o Grito dos Excluídos são espaços de reflexão e ação onde a teologia pode ser vivida na plenitude, como bem pontua o papa Francisco, em sua constante defesa por uma Igreja mais próxima dos pobres e das periferias existenciais.
A presença dos alunos do ITESP, portanto, não só reforça o compromisso do Instituto com as questões sociais, mas também amplia a importância de formar lideranças religiosas comprometidas com a promoção da justiça e da dignidade da pessoa humana, seguindo o exemplo do Evangelho e os apelos de Francisco.
Por: Arison Lopes, Comunicação ITESP.
Imagem: Arquivo pessoal Bianca dos Santos (1º ano de teologia)