Formação de Professores: Professora Marcilene Bueno promoverá Inovação Pedagógica com Metodologias Ativas no ITESP


São Paulo – Nos dias 16 de março e 17 de agosto de 2024, os professores do ITESP terão a oportunidade de participar de duas oficinas ministradas pela Prof.a Me. Marcilene Bueno, voltadas para a aplicação de metodologias ativas. No primeiro dia, será abordado o Team-based Learning (TBL), enquanto no segundo, o foco será na Peer Instruction. Essas metodologias têm sido objeto de estudo e aplicação em diversas instituições de ensino superior. A formação ministrada pela professora convidada está alinhada com a proposta pedagógica do curso de teologia para o ano de 2024 e com a Comissão Própria de Avaliação (CPA), respondendo diretamente às avaliações e comentários feitos pelos alunos.
Nessa entrevista a Prof.a Marcilene ressalta que as metodologias ativas representam um desafio às operações mentais, visando promover uma aprendizagem significativa que vai além da simples memorização. Ao favorecer o trabalho coletivo, essas metodologias estimulam o pensamento analítico e avaliativo dos alunos, preparando-os para um aprendizado mais profundo e crítico.
Para a professora, as metodologias ativas potencializam o engajamento dos alunos ao promoverem uma aprendizagem interativa e colaborativa. Esse método estimula não apenas a absorção de conteúdo, mas também o desenvolvimento de habilidades essenciais para a atuação pastoral e acadêmica dos futuros líderes religiosos, como a capacidade de trabalhar em equipe, de comunicação e de reflexão crítica.
Diante da diversidade cultural e social do Brasil, a implementação bem-sucedida das metodologias ativas requer ajustes e adaptações específicas. É fundamental considerar a corresponsabilização dos estudantes no processo de aprendizagem e a escolha adequada do método conforme o conteúdo e a diversidade da turma.
Para os professores, as metodologias ativas representam uma oportunidade de aprimoramento da didática e da experiência docente, desafiando o paradigma da aula expositiva. Já para os alunos, essas práticas pedagógicas promovem o desenvolvimento de competências, autonomia e reflexão crítica, impactando positivamente na formação teológica e pastoral oferecida pelo ITESP.
Acompanhe a entrevista na íntegra:
ITESP: Prof.a Marcilene, considerando a crescente necessidade de inovação no ensino superior, especialmente em instituições teológicas como o ITESP, que desafios e oportunidades as metodologias ativas, como o Team-based learning (TBL) e Peer Instruction, apresentam?
Marcilene: Elas apresentam uma provocação das sofisticações das operações mentais, tendo em vista o objetivo educacional de promover uma aprendizagem significativa. Ou seja: as metodologias ativas, com ênfase no trabalho coletivo, favorecem uma aprendizagem para além do LEMBRAR, em direção ao ANALISAR, ao AVALIAR.
ITESP: Como a aplicação dessas metodologias pode potencializar o engajamento dos alunos, promover uma aprendizagem mais significativa e estimular o desenvolvimento de habilidades importantes para a atuação pastoral e acadêmica dos futuros líderes religiosos formados pelo ITESP?
Marcilene: Um dos mais genuínos benefícios da metodologia ativa é a promoção (obrigatória) da aprendizagem em constante interação. Em todos os métodos, as fases da pesquisa e estudo individuais são preâmbulos para a fundamental troca e complementação de informações para alcançar a aprendizagem de conceitos, práticas e atitudes. Percebe-se, assim, claramente que um dos movimentos implícitos aos usos de metodologias ativas é considerar o “estar com”, o “ouvir com atenção”, o “expor com respeito”, o “contar com parcerias” como partes inegociáveis do ato de aprender. Para além das salas de aula, portanto, o exercício do aprender de modo interativo tem o potencial de cultivar nos futuros líderes religiosos a atitude pastoral e acadêmica de compreender que não há saber, quiçá viver, sem cooperação.
ITESP: Diante da diversidade cultural e social do Brasil, quais são os ajustes e adaptações necessários para implementar com sucesso essas práticas pedagógicas em um contexto educacional tão específico quanto o do ITESP?
Marcilene: É preciso refletir e considerar alguns movimentos importantes em relação ao uso de metodologias ativas. 1) A proposta e consequente adesão aos métodos pressupõe a corresponsabilização dos estudantes no processo da própria aprendizagem. Isto é, de modo progressivo, leituras prévias, estudos individuais precisarão ser práticas pacificadas entre os alunos, dentro da nova cultura de autonomia e protagonismo discente incentivada pelas metodologias ativas. Métodos ativos não partem da necessidade de homogeinização. Ao contrário, é por termos classes heterogêneas que a interação se enriquece. 2) Há uma diversidade de métodos ativos disponíveis para a ação pedagógica docente em sala de aula. Portanto, é da competência profissional do professor pensar qual o específico método, tendo em vista seu conteúdo e a diversidade de suas classes, que poderá promover a aprendizagem significativa nos estudantes de sua turma.
ITESP: Quais são os benefícios esperados dessas metodologias tanto para os professores, em termos de aprimoramento da didática e da experiência docente, quanto para os alunos, no que diz respeito ao desenvolvimento de competências, autonomia e reflexão crítica? Como isso impactará positivamente a formação teológica e pastoral oferecida pelo ITESP?
Marcilene: Para os professores a experiência é singular, uma vez que os métodos ativos questionam – de modo incisivo – o paradigma da aula expositiva como única metodologia para se “fazer” a aula. Há, assim, uma necessária mudança de mentalidade dos docentes diante da percepção de que, em algum momento da sua prática pedagógica, a aprendizagem será mediada por metodologias nas quais o papel do professor, da professora, é o de planejar a aula com o método ativo para oportunizar a aprendizagem, sem um único momento de exposição. Eis aí um dos nossos principais gargalos: sair, um pouco, da posição (clássica e histórica) de ser o único, única responsável pela aprendizagem e garantir a necessária corresponsabilização. Há uma frase muito interessante do professor Eric Mazur (Harvard), um dos precursores da utilização e pesquisa sobre metodologias ativas nos EUA: “O professor não deve ser o centro, nem visual, da sala de aula”. Proponho pensar sobre tal frase.
Investir em metodologias ativas e na formação dos professores é fundamental para o ITESP manter-se atualizado e preparado para os desafios do ensino superior contemporâneo. Essas práticas pedagógicas incentivam o engajamento dos alunos, promovem uma aprendizagem significativa e desenvolvem habilidades essenciais para a atuação pastoral e acadêmica dos futuros líderes religiosos formados pela instituição. Além disso, ao adotar metodologias que valorizam a participação ativa dos estudantes, o ITESP contribui para a formação de profissionais mais críticos, autônomos e preparados para enfrentar os desafios do mundo atual.
Por: Arison Lopes, Comunicação Institucional ITESP
Imagem: Reprodução | Arquivo pessoal Marcilene Bueno
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