Professora do ITESP reflete sobre o conceito de comunidade nos movimentos religiosos de massa

A Prof.a Dra. Alzirinha de Souza, docente do Instituto São Paulo de Estudos Superiores (ITESP), publicou recentemente um artigo no site do Instituto Humanitas Unisinos (IHU), abordando um tema instigante e atual: “A ausência do conceito de comunidade nos movimentos religiosos de massa”. O texto propõe uma reflexão teológica e pastoral sobre a importância da vivência comunitária na fé cristã, especialmente em tempos de Quaresma.
No artigo, a professora analisa um fenômeno que ganhou força nas redes sociais: a adoção de práticas religiosas que enfatizam o individualismo em detrimento da dimensão comunitária. Ela argumenta que tais práticas, ao dissociarem a oração do contexto social e eclesial, acabam reforçando uma espiritualidade isolada, afastada da missão evangelizadora da Igreja e dos ensinamentos do Papa Francisco.
Um dos pontos centrais do artigo é a diferenciação entre “comunidade” e “massa”. A professora explica que, enquanto a comunidade é formada por indivíduos que se reconhecem mutuamente, constroem vínculos e vivem a fé de maneira integrada, a massa é apenas um conjunto de pessoas reunidas, sem um sentido de pertencimento e partilha genuína.
Inspirada no pensamento do teólogo José Comblin, Prof.a Alzirinha reforça que o grande legado do cristianismo não são apenas os ritos ou os templos, mas a experiência comunitária, onde cada pessoa contribui com seus dons para o bem comum. Ela enfatiza que ser cristão não é apenas rezar, mas viver a fé em comunhão com os outros, promovendo justiça e solidariedade.
Outro aspecto relevante do artigo é a centralidade dos pobres na formação da comunidade cristã. Para a professora, a escolha de Deus pelos pobres não é fruto de uma preferência arbitrária, mas uma forma de denunciar as injustiças e de convidar a humanidade a um caminho de libertação. Inspirada na tradição bíblica e nas encíclicas Laudato Si’ e Fratelli Tutti, ela argumenta que a verdadeira comunidade cristã se constrói na partilha e na busca pelo bem comum, e não em divisões entre “perfeitos” e “pecadores”.
A reflexão proposta pela professora do ITESP desafia os leitores a pensarem sobre sua própria experiência religiosa: estamos vivendo a fé como uma comunidade de seguidores de Jesus ou estamos nos isolando em práticas individuais sem compromisso com o próximo?
O artigo completo pode ser lido no site do Instituto Humanitas Unisinos (IHU), onde a professora aprofunda sua análise e propõe caminhos para fortalecer a vivência comunitária da fé em meio aos desafios contemporâneos.
Por: Arison Lopes, Comunicação ITESP.
Imagem: Comunicação ITESP.