Um olhar jovem sobre o Conclave de 2025: esperança e compromisso para o futuro da Igreja

Um olhar jovem sobre o Conclave de 2025: esperança e compromisso para o futuro da Igreja
Arquivo Kaio Henrique

Por ocasião do Conclave de 2025, que definirá o sucessor do Papa Francisco, a Igreja vive um momento de transição carregado de emoção, expectativas e esperança. Para Kaio Henrique, aluno do 2º ano de Teologia no Instituto São Paulo de Estudos Superiores (ITESP), esse processo não é apenas um rito da alta hierarquia católica — é uma experiência profundamente espiritual e formativa.

O falecimento do Papa Francisco, ocorrido no último dia 21 de abril, tocou em cheio o coração de Kaio e de toda uma geração de jovens religiosos que enxergavam no pontífice argentino não apenas um líder institucional, mas um verdadeiro avô espiritual: próximo, terno, atento às dores do povo. A notícia chegou justamente no dia em que os estudantes de Teologia tradicionalmente celebram a Pascoela, renovando sua fé na ressurreição. “A dor da perda se misturou à fé que professamos. Sentimos que algo muito precioso havia sido levado, mas também que algo novo poderia nascer”, comenta Kaio.

Para ele, viver o Conclave como estudante de Teologia é um privilégio que vem acompanhado de responsabilidade. Trata-se de uma oportunidade de testemunhar, com maturidade e reflexão, um momento histórico e decisivo para os rumos da Igreja. No ITESP, onde sua formação se inspira na vivência de uma Igreja encarnada na realidade dos pobres e marcada pelos ensinamentos do Concílio Vaticano II, Kaio sente-se chamado a olhar esse processo com os olhos da fé e da esperança.

Mais do que um evento administrativo, o Conclave é, para ele, um momento de escuta do Espírito Santo. Cada nome citado, cada movimento dentro da Igreja, carrega consigo o desejo profundo de que o próximo Papa seja um pastor com sabedoria, coragem e sensibilidade para os grandes desafios do nosso tempo.

Esses desafios não são poucos: o avanço do secularismo, a polarização interna, as dores do planeta diante das mudanças climáticas, a missão junto às juventudes e o aprofundamento do caminho sinodal, tão caro ao pontificado de Francisco. Para Kaio, o próximo Papa precisará manter viva a essência de uma Igreja em saída — uma Igreja que se mistura à vida do povo, que chora com os que choram, que se compromete com a justiça social e com a paz.

Ele espera, sobretudo, um pontífice com sensibilidade pastoral e coragem profética. Alguém capaz de unir a fidelidade à Tradição com a ousadia que o Espírito suscita em cada tempo. Um homem que compreenda os dramas contemporâneos e que faça da Igreja uma casa aberta, um hospital de campanha, um espaço de acolhida e encontro.

Esse conclave, vivido no contexto do Jubileu da Esperança, carrega consigo um símbolo poderoso. Apesar do luto e das incertezas, a Igreja olha para frente. E Kaio, como jovem estudante de Teologia, também. Ele sabe que a missão que o espera será profundamente marcada por quem ocupará a cátedra de Pedro. E, por isso, reza, espera e sonha com um futuro em que o novo Papa continue a fazer da fé cristã um caminho de misericórdia, diálogo e transformação.

O que está em jogo não é apenas a escolha de um nome, mas a renovação do compromisso da Igreja com o Evangelho. E, nesse processo, vozes como a de Kaio lembram ao mundo que a juventude da Igreja também está atenta, preparada e esperançosa.

Por: Arison Lopes, Comunicação ITESP

Foto: Arquivo Kaio Henrique